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Cibercultura: Desafios e vantagens

Quando falamos de Ensino à Distância, logo pensamos em computadores e vídeo aulas, mas o que mais esquecemos é que o EAD, é bem mais do que mídias digitais. As pessoas estão cada vez mais procurando cursos EAD, pois não tem condições financeiras (cursos presenciais são mais caros) ou tempo (já que a maioria trabalha o dia todo) para se deslocarem até um ambiente escolar, possam fazer um curso de formação de qualidade sem que saiam de casa.

Uma das importâncias do Ensino a Distância é de melhorar as formas de ensino com as mídias digitais e que essa ferramenta incentive alunos e professores a buscarem cada vez mais o conhecimento dentro e fora da sala de aula. Com o uso dessas ferramentas, o aluno tem mais autonomia do seu próprio conhecimento. O aluno assume a responsabilidade dos seus estudos, já que não necessita sair de casa todos os dias para entrar em uma sala de aula, a classe do aluno que estuda de forma EAD, é a sua casa. E isso pode tornar o aprendizado mais complexo. E isso depende do quanto o aluno está disposto a se comprometer com o curso que está fazendo. Se for um aluno mais passivo, ele pode sentir mais dificuldade no aprendizado à distância e desistir do curso. Então cabe ao próprio aluno a organizar o seu tempo e sus disponibilidade para os estudos.

 O aluno de um curso EAD precisa ser compromissado com os estudos, estar disposto a realizar as atividades e ir aos encontros presenciais para retirar as dúvidas que acumulou durante seus estudos em casa. O estudante precisa ter a responsabilidade de ler os textos propostos pelo professor, buscar o conhecimento por conta própria e se dedicar ao curso à distância da mesma forma que se dedicaria a um curso presencial. Caso contrário, o aluno pode evadir no meio do curso.



Para Silva (2003) o ideal é que o professor mantenha o aluno interessado e participativo na sua disciplina e/ou curso. E o professor precisa repensar na sua forma de dar aula. E uma dessas formas é com ferramentas de mídias digitais. O uso dessas ferramentas em sala de aula, necessita de algo além de apenas professores capacitados, precisa também de um ambiente que possa fazer um bom uso dessa tecnologia ou até uma organização escolar voltada para o uso das mesmas. Vani Moreira Kenski (Tecnologias e ensino presencial e a distância, p. 78) faz uma observação: “É preciso considerar que o acesso e a utilização das tecnologias condicionam os princípios e as práticas educativas e induzem profundas alterações na organização didático-curricular”. Conclui-se que, não é apenas o computador em sala de aula que vai gerar a certeza de que o aluno irá se interessar pela disciplina, mas uma organização pedagógica voltada para essa nova realidade.

O grande desafio não é apenas o professor utilizar essas mídias, mas como irão introduzi-las em seu conteúdo. Uma pesquisa feita por Gatti e Barreto (2009) mostra que em todos os cursos de Pedagogia no Brasil mostra que os currículos não estão adaptados ao que o governo (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - 1990) exige que os professores estejam qualificados para o uso dessas ferramentas em sala de aula, uma exigência irreal com o que é visto nos cursos de licenciatura no Brasil hoje em dia.

O professor e/ou tutor tem um papel muito mais importante online do que presencial. A forma como ele se comunica e a rapidez em que tira as dúvidas dos alunos de forma síncrona ou assíncrona por meio da internet possibilita que o aluno tenha um feedback mais rápido. Elaborar um material didático, participar da avaliação do curso e ter facilidade de comunicação são algumas das competências que um professor ou tutor precisam.  Além da responsabilidade social de formar um aluno de um curso à distância com a mesma capacidade de um aluno do mesmo curso presencial.


Texto de: Giulia Vanessa Rodrigues da Luz - Ano: 2017




Referências Bibliográficas
1.      KENSKI, Vani Moreira. Tecnologias e ensino presencial e à distância. Campinas, SP: 2003 (Série Prática Pedagógica) 5ª edição.
2.      MAIA, Denys Leite. BARRETO, Marcília Chagas. Tecnologias digitais na educação: uma análise das políticas públicas brasileiras. Revista Educação, Formação & Tecnologias. Maio, 2012 – p. 47‐61.
3.      FRANCO, Cláudio Paiva. A tecnologia no ensino de línguas do século XVI ao XXI. Revista de Divulgação Científica em Língua Portuguesa, Linguística e Literatura. Ano 06, n° 12 - 1º Semestre de 2010.
4.      OLIVEIRA, Edite Colares. SIMÕES, Luiza Feitosa. MESQUITA, Ofélia Aguiar de. GOMES, Raimunda Olímpia de Aguiar. RIBEIRO, Renata Rosa Russo Pinheiro Costa. Introdução à Educação a Distância. Secretaria de Educação à Distância (SEAD/UECE) 2010.
5.      KONRATH, Mary Lúcia Pedroso. TAROUCO, Liane Margarida R. BEHAR, Patrícia Alejandra. Competências: desafios para alunos, tutores e professores de EaD. Revista Novas Tecnologias da Educação. UFRGS, V.7 – N° 1, julho de 2009.
6.      SCHIAVONI, Jaqueline Esther. Mídia: O papel das novas tecnologias na sociedade do conhecimento. 2008, Disponível em http://www.bocc.ubi.pt/   
 

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