Pular para o conteúdo principal

Conhecendo o Conselho Tutelar do Município

O conselho tutelar foi criado a partir do ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente, lei n° 8.069/90. Entre tantos artigos criados nesta lei, foi citado a criação de um órgão que pudesse acompanhar as crianças e adolescentes.

O conselho é composto por 5 membros, chamados de conselheiros tutelares. Esses conselheiros são escolhidos pela comunidade, para acompanharem as crianças e adolescentes que possivelmente possam estar sofrendo com abusos. A escolha dos conselheiros está no artigo 136 da lei. Que são: O processo para a escolha dos conselheiros será estabelecido pela lei municipal, o mesmo processo deverá ocorrer em data única para todo o território nacional que será sempre no primeiro domingo do mês de outubro a cada 4 anos, sempre depois da eleição presidencial, a posse dos conselheiros será sempre no dia 10 de janeiro do ano seguinte e não é permitido o candidato doar ou oferecer benefícios para conseguir apoio para sua candidatura ao conselho.

Para a candidatura a membro do Conselho Tutelar, são exigidos os seguintes requisitos: reconhecida idoneidade moral, idade superior a vinte e um anos e residir no município.

As atribuições dos conselheiros tutelares estão escritos no artigo 136, desta mesma lei. São algumas delas: Atender e aconselhar pais ou responsáveis, encaminhar ao Ministério Público notícia de fato que constitua infração administrativa ou penal contra os direitos da criança ou adolescente, encaminhar à autoridade judiciária os casos de sua competência, requisitar certidões de nascimento e de óbito de criança ou adolescente quando necessário, se o conselheiro entender que é necessário o afastamento do convívio familiar, comunicará imediatamente ao Ministério Público, demonstrando as informações e motivos por tal pedido, entre outros.

O conselho tutelar na cidade de Fortaleza foi criado em 12 de maio de 1994, através da lei municipal n° 7.526. Observando as necessidades e o tamanho territorial de Fortaleza, foram criados outros 5 conselhos tutelares no município. Assim, poderiam atender a grande demanda da sociedade. Por esse motivo, 5 anos depois da criação do primeiro conselho, foi criado o segundo, pelo decreto n° 10.465-A, de 21 de janeiro de 1999. Em 2000 foi criado o terceiro conselho e em 2 de julho de 2001 cria-se o quarto. E em 2003 foram criados outros dois conselhos e nos anos seguintes foram criados mais dois conselhos tutelares. A cidade de Fortaleza conta hoje com 8 CTs que são distribuídas nos seguintes bairros: CT 1 – Jacarecanga, CT 2 – Centro, CT 3 – Jóquei Clube, CT 4 – Vila Betânia, CT – 1° etapa do Conjunto Ceará, CT 6 – Dias Macêdo, CT 7 – Monte Castelo e CT 8 – Messejana.

Segundo Renata Custódio (2007), a previsão orçamentária municipal do ano de 2006 para a manutenção do conselho tutelar de Fortaleza, destinado pela Prefeitura é de R$ 684.079,00 (seiscentos e oitenta e quatro mil e setenta e nove reais), recurso esse alocado em cada uma das SERs, no orçamento da seguridade social (Política de Assistência Social).

Na pesquisa de Renata Custódio (2007), os conselheiros tutelares explanaram alguns aspectos de dificuldades no processo de concretização das atividades diárias do conselho tutelar de Fortaleza. Entre eles estão: A infra-estrutura, qualificação, políticas públicas e relacionamento intra e interinstitucional. 

Quanto aos avanços, os conselheiros apontam que uma delas é o fato dessa lei existir e garantir o direito de muitas crianças e outro é a criação de 6 conselhos tutelares (até o momento).
Podemos ver até aqui, que apesar do ECA ter sido criado em 1990, o primeiro CT foi criado apenas 4 anos depois em Fortaleza, e até o ano de 2016 foram criados outros 7, contabilizando 8 CTs.
Segue abaixo os endereços de todos os conselhos tutelares de Fortaleza.

 

 
Imagens retiradas do  site: http://portais.tjce.jus.br/cijce/wp-content/uploads/2014/08/CONSELHOS-TUTELARES-DE-FORTALEZA.pdf  - Acesso em: 20.08.2017
 
 Texto de: Giulia Vanessa Rodrigues da Luz - Ano: 2017



Referências Bibliográficas
AZEVEDO, Renata Custódio. O conselho tutelar e seus operadores: O significado social e político da instituição – Um estudo sobre os conselhos tutelares de Fortaleza/Ceará. Julho de 2007. Dissertação de Mestrado Acadêmico em Políticas Públicas e Sociedade - Universidade Estadual do Ceará.

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8069.htm - Estatuto da Criança e do Adolescente - Atualizado. Lei número 8.069/96. Acesso em: 18/08/2017.

Postagens mais visitadas deste blog

Sujeitos da práxis pedagógica: o educador e o educando.

Como o educador e o educando – sujeitos ativos do ato pedagógico – podem relacionar-se democraticamente? Quando falamos em educação, precisamos especificar bem que tipo de educação estamos nos referindo, pois existem dois tipos de educação: A educação formal e a informal. A formal é a que estudamos nas escolas/universidades, em que tem objetivos específicos e seguem uma diretriz. Já a educação informal é aquela que se aprende no dia a dia, no convívio com a cultura, política, meio social e histórico, enfim, com a sociedade. Para Durkeim (1911), a educação é um fator de coesão social que fala exatamente da educação informal. Essa que permite uma pessoa adulta e já com grande bagagem social, moral e ativa na sociedade transmita seus conhecimentos, valores e hábitos a uma criança desprovida de um senso social. Para Durkeim, essa coesão nos permite viver em ordem social e em consenso. Essa educação informal era vista por Durkeim como algo inerente ao ser humano. Todos os dias p...

Conceito de infância e os estudos de Philippe Ariès e Sigmund Freud

  O processo de aprendizagem do ser humano é constante durante toda a vida. Existem vários processos pelos quais todos nós passamos durante a vida. E esses processos são essenciais para que as mudanças aconteçam.  Apesar das mudanças serem parecidas para todos nós, isso não quer dizer que todas as pessoas passam ou passaram pelas mesmas experiências. Pelo contrário, cada um de nós lida com as mudanças (físicas e mentais) de uma forma diferente, pois existe o contexto cultural, social, político e econômico que acaba influenciando em como cada um irá lidar com essas mudanças (SANTOS, XAVIER e NUNES, 2009). A concepção de criança que temos hoje em dia nem sempre foi a mesma. Na verdade, as crianças já foram tidas como semelhantes aos adultos e, portanto, tratados eram tratados da mesma forma que tratavam as pessoas mais velhas. (CAMARGO, 2002) A análise feita por Ariès traz o conceito de infância que se deu nas construções sociais de três períodos históricos: 1) na...

História da Educação: A educação do homem primitivo

Na fase inferior, os primitivos, ainda no estado selvagem, viviam nas florestas ou em áreas tropicais e se alimentavam de frutos e raízes. Depois, com a evolução, passaram a utilizar animais aquáticos para se alimentar e a usar o fog como forma de sobrevivência. Com o uso do fogo, foi possível para eles, passarem por condições climáticas de frio intenso. Na fase superior, eles aprenderam a montar um arco e flecha, que possibilitaram a caça de animais terráqueos maiores. A educação primitiva existia por ser de caráter prático e atender as necessidades para treinar uma tribo. Com esse treinamento, as tribos adquiriam as habilidades ensinadas por eles e que eram importantes para a existência do seu povo. Mas não foi nessa época que a educação surgiu, bem antes disso, nos tempos antigos a educação acontecia de forma simples e era ensinada no dia a dia, uma educação para a vida e pela preservação da mesma. A criança andava com os mais velhos por todo o vale ou montanha e no dia ...