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O sentido da educação para a existência humana




Nesta unidade, vemos a importância da educação para a humanidade. Em que temos os seguintes questionamentos: O que representa para o futuro da humanidade, uma Educação voltada para a cidadania ou outra voltada para a emancipação humana?

O homem precisa conhecer para transformar a realidade visando à produção e reprodução da sua existência. O homem realiza o trabalho para que possa adquirir novas habilidades e conhecimentos. E sabemos assim que o conhecimento não é uma determinação de ordem natural, o homem não nasce sabendo, aprende pela existência real, concreta. Mas também o homem não parte do grau zero do conhecimento, ele sintetiza na sua existência objetiva o que já foi criado e pensado anteriormente pelos outros homens, pela humanidade.

Educação é sempre histórica, se realiza concretamente no tempo e no espaço, ou seja, se constitui historicamente às transformações dos modos de produzir a existência humana. E é a partir daí que a Educação ganha sentido. Através da Educação, o homem se apropria do patrimônio construído pela humanidade em cada diferente momento histórico.

O sentido da Educação para a existência humana é a mediação na elevação do indivíduo ao ser social, da individualidade à generalidade. Isso assegura a continuidade do gênero humano, tanto no sentido de conservar o que a humanidade produziu, quanto na possibilidade de criar o novo, o futuro.

Para Marx, a Educação, na sociedade capitalista, é uma Educação burguesa. A educação serve para colaborar com a alienação, assim como pode contribuir com a emancipação humana. Marx dizia que era necessário utilizar 3 domínios dentro da educação para que a sociedade civil pudesse superar ou pelo menos competir de igual para igual com o Estado burguês. 1) Educação física: Que seria para trabalhar os corpos e torna-los mais fortes. 2) Educação intelectual: Que seria para o conhecimento. 3) Educação Tecnológica: Que seria para que aprendessem a manusear bem as máquinas. Assim, com esses 3 domínios juntos, a classe dos opressores não seria mais refém da alienação.

Para Durkheim, a educação, seja ela formal ou informal é a construção do ser social. As pessoas se transformam no que são pelos valores que recebem durante toda a vida. A educação faz parte do nosso cotidiano e por mais que os indivíduos não a queiram, ela é geral, independente e exterior. Durkheim chama esse processo de fato social. É geral, pois é comum a todos os indivíduos da sociedade e está presente no processo histórico da mesma. É exterior, pois é independente da vontade das pessoas, depende do contexto social em que o indivíduo está inserido e é independe, pois continuam, não acaba quando alguém morre.

A educação para Durkheim é essencial para o convívio das pessoas, sem ela, é impossível que os indivíduos possam viver em ordem social e em consenso. Sem a convivência com outras pessoas, o indivíduo não saberia como se comportar, as leis, costumes e normas da sociedade em que ele está inserido. A ordem social e esse consenso permite que as pessoas contribuam para que a sociedade melhore, esse fato é chamado de solidariedade. Alguém só colabora com algo porque faz parte de uma sociedade e a sua colaboração fortalece o “estado” e gera uma onda de reciprocidade.

Para muitos autores críticos da Educação burguesa, entre eles Tonet, educar para a cidadania embora seja importante nos mantém nos limites da sociedade de mercado. Se não formos além da esfera da emancipação política não poderemos alcançar a emancipação humana que só ocorrerá com uma transformação radical da sociedade e da lógica do capital.

Texto de: Giulia Vanessa Rodrigues da Luz - Ano: 2017



Referências Bibliográficas
1. ARANHA, Maria Lucia de Arruda. MARTINS, Maria Helena Pires. Temas de filosofia. São Paulo – SP: Moderna, 1992.
2. GADOTTI, Moacir. Concepção Dialética da Educação: Um estudo introdutório. 9° Edição – São Paulo: Cortez, 1995.
3. MANACORDA, Mário Alighiero. Marx e a pedagogia moderna. Campinas, SP: Editora Alínea, 2007.
4. SAVIANI, Demerval. Educação: Do senso comum à consciência filosófica. 11º Edição. São Paulo, SP: Editora autores Associados, 1996.
5. MARINHO, Christiane Maria. FURTADO, Elisabeth. MOURA, Epitácio Macário. COELHO, Maria Hercília Mota. Filosofia da Educação. 2° Edição - Fortaleza, CE: Secretaria de Educação à distância (SEAD/UECE) 2010.

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